sexta-feira, 17 de junho de 2011

Série: Espiritualidade do Leigo

A Trindade no seu dinamismo pericorético
espelho para a Igreja hoje !

Por Pe. Marcelo Fróes




“Ó Trindade, vos louvamos...
Vos louvamos pela vossa comunhão
Que esta mesa, favoreça
Favoreça a nossa comunicação!”



Talvez estejamos perguntamos: O que é Pericórese ou o que significa dinamismo pericorético?
Podemos dizer que ambos estão na mesma estrutura teológica. É o inter-relacionamento eterno que existe entre os três divinos: Pai, Filho e Espírito Santo. Cada pessoa vive da outra, com a outra, pela outra e para a outra. É uma comunidade unida, de amor, de ação.
A Pericórese nos conduz ao entendimento de que as três pessoas trinitárias agem sempre conjuntamente no interior da criação. Se fosse o contrário, teríamos três criadores, ou seja, três deuses, e isso não comporta ao entendimento teológico, pois, é uma heresia.
A Pericórese não impede que cada pessoa que compõe a Santíssima Trindade, tenha a sua ação particular uma propriedade singular. O grande desafio, ou pelo menos o desafio fundamental da fé trinitária se constitui em como fazer com que uma sociedade que idolatra o “eu” adquira a consciência de que toda a vida do homem está marcada trinitariamente. O homem é um ser social, não vive sozinho, vive uma relação constante com outro e com o mundo (Sócrates).
Um segundo sentido que a pericórese nos traz acerca da Trindade é que cada pessoa mora na outra. Morar e não Ser! O Pai está sempre no Filho, comunicando-lhe a vida e o amor. O Filho está sempre no Pai, conhecendo-o e reconhecendo-o amorosamente como Pai.
Pai e Filho estão no Espírito Santo, expressão mútua de vida e amor.
O Espírito Santo está no Pai e no Filho como fonte e manifestação da vida e do amor dessa fonte abissal.
A Santíssima Trindade continua sendo o protótipo da comunhão, da doação, da gratuidade, da participação, mas também um mistério abissal, uma realidade que sempre nos aparece e se permite conhecer e provar, sem que, no entanto, termine jamais nosso esforço de conhecimento.
Hoje a Igreja é convidada a atingir essa realização máxima da unidade que implica não exclusão, mas, a participação a ponto de se alcançar um dinamismo rumo à evolução de toda a comunidade eclesial que se apresenta como corpo místico de Cristo.
Quando a Igreja a caminho procura promover entre os seus membros – entende-se aqui todos os membros e a relação pericorética em toda a sua amplitude – ela se torna a maior expressão da Trindade, enquanto comunidade, de fé, esperança e amor, que procura viver o ideal de união proposto pela cabeça desse corpo que é Cristo.
A Medida que a Igreja é comunidade de fé, também é de esperança. Os que nela se inserem e com ela caminham, sabem para onde caminham. Não é uma caminhada a esmo ou uma esperança frustrante, mas um caminhado rumo à unidade.
A Igreja é chamada a ser o Ícone da Trindade.
A Igreja como ícone da Trindade desperta os corações para o comprometimento afetivo com o outro.
Quanto mais nos tornamos membros ativos e participativos dessa Igreja, mais seremos arremetidos para a Trindade, pois, ela se apresenta como Ícone da Trindade. Tal participação só será válida e construtiva, no entanto, se renunciando a todo o individualismo, prepotência e autoritarismo souberem viver em comunhão com Deus, com os irmãos, constituídos como Corpo de Cristo que a Igreja.
Compartilhar da vida da Santíssima Trindade nada mais é que viver em comunhão, em distinção e sem confusão. É participarmos da matemática de Deus onde o “dar” jamais leva á perda e a subtração, mais a partilha é a experiência com o amor de Deus.
Nós somos reflexos da trindade, pois a mesma reflete em nós.
Na doxologia da missa mostramos de forma reflexiva a nossa participação na Trindade, pois, nesse momento nos unimos a Cristo a mais perfeita de todas as oferendas: Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós ó Pai, todo poderoso, na Unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre!
11º Domingo do Tempo Comum festa da Santíssima Trindade é a segunda maior festa da Igreja. A festa da Trindade na sua unidade onipotente.
Que possamos ter a Santíssima Trindade como modelo de comunidade, de comunhão e participação.

Neste artigo gostaria de homenagear a Profª Drª Irmã Maria Freire, ICM, uma grande mulher de Deus. Sempre incentivadora da vivência no dinamismo trinitário. Foi minha grande mestra na PUC – SP, mestrado. Com ela aprendi a amar, respeitar e ser um propagador da Mistério Trinitário.
Querida Irmã Mª Freire, nesta festa da Trindade, um abraço companheiro!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Grande cratividade!!!


Mandaram para mim esta mensagem... Gostaria de partilhar com vocês.
Muito legal.... Pra quem é professor(a), bom proveito:

Despedida do TREMA Simplesmente fantástico !!! Não sei quem escreveu, mas quem assina é o TREMA ...É uma tremenda aula de criatividade e bom humor, por sinal, comacentuada inteligência. A consequência não poderia ser outra: umaagradável leitura...

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você podenunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nosaqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos ecinqüentas anos. Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eusimplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seusingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!... O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra Use disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os doispontos disse que seu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto elefica em pé. Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica sepassando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também temaquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o pontofinal pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas elenegou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar umtopete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou forade moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pracá, "www" pra lá.Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nessetal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição,mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega depiadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me emborada língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá elesadoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vãoagüentar!... Nós nos veremos nos livros antigos. saio da língua para entrar nahistória. Adeus, Trema.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Espiritualidade do Leigo


Benção ou Maldição???



Há tempos, num curso, alguém me falou: “Eu gostaria que você me desse uma definição a respeito do que é bênção”. No primeiro estágio da resposta disse-lhe que se ele tivesse feito essa pergunta a Esdras ou Neemias, a solução provavelmente seria curta e precisa: “bênção é a mão de Deus sobre nós” Ambos usaram essa expressão cerca de nove vezes, falando do bom, generoso e poderoso efeito da mão de Deus. Desse modo, a afirmação dos dois atinge o cerne da questão. Também poderíamos dizer: bênção significa “Deus está conosco!”.

A palavra bênção, , queno hebraico tem a raiz semita b-r-k que dá origem ao termo berakák traduz uma oferta, oportunidade ou chance. Com ela se exprimem dois elementos essenciais do pensamento bíblico: a felicidade humana e o dom divino que é sua fonte. O verbo “abençoar” traz consigo o significado de uma comunicação dos bens divinos garantidos por um mediador: o pai (para a família), o rei (para a nação), o sacerdote (para os que freqüentam o templo), o ministro (para a comunidade religiosa). Vários eventos humanos são vistos na Bíblia como bênçãos, tais como a fecundidade da esposa, a vitalidade dos filhos, a felicidade da comunidade, as boas safras e abundância das colheitas, o convívio com os amigos, etc.

Do verbo “abençoar” vem-nos o particípio baruk, que constitui o âmago da forma israelita da bênção: “Bendito seja...”. Trata-se de uma entusiasta manifestação a respeito de alguém a quem Deus acaba de revelar seu poder e sua generosidade.

No Antigo Testamento, a bênção, em geral, se refere a algum tipo de bem-estar terreno, segurança, poder, riqueza, descendência, etc., e essa bênção está expressamente condicionada à obediência aos mandamentos de Deus: Eis que, hoje, eu ponho diante de ti a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno; a maldição, se não cumprires os mandamentos do Senhor, te Deus, mas te desviares do caminho que hoje ordeno, para seguires outros deuses que não conheceste (Dt 1,26-28).

No Novo Testamento, mantém-se o foco das antigas bênçãos. Jesus abençoa as crianças (cf. Mc 10,16), seus discípulos (cf. Lc 24,50), os pães (cf. Mc 6,41), etc. Igualmente Jesus ensinou aos discípulos a responder com uma bênção às maldições de seus inimigos (cf. Lc 6,28). Ele descreveu a eterna felicidade dos justos como a bênção definitiva dada pelo Pai, ao contrário das maldições que cairão sobre os que rejeitarem a salvação (cf. Mt 25, 34-41).

Foi com copiosas bênçãos que Deus coroou todos os atos da sua criação, ao dizer que tudo estava muito bom. Primeiro ele abençoou o homem e o seu trabalho. Depois abençoou o sétimo dia. O homem foi abençoado para poder empreender tudo o que o Criador projetou que ele fizesse. O sétimo dia foi abençoado e santificado para ser ocasião de descanso e reflexão. Abençoando-o, Deus relacionou-se intimamente com o homem, com o trabalho e com o sábado (judaico) e o domingo (cristão), realidades que ele próprio idealizou.

As Sagradas Escrituras estão repletas de situações de bênçãos, onde a benção proferida por Deus e aquela levada a efeito pelo homem se entrelaçam: Gn 27,27ss; Gn 49,25s.

Os batizados são chamados a abençoar e a ser uma bênção, que está intimamente ligada ao sacerdócio batismal. Todo batizado é chamado a participar do processo de “bênção”, eis por que os leigos podem presidir certas bênçãos.

Na liturgia da Igreja, a bênção divina é plenamente revelada e comunicada: o Pai é reconhecido e adorado como a fonte e o fim de todas as bênçãos da criação e da salvação; em seu Verbo, encarnado, morto e ressuscitado por nós, o Pai nos cumula com suas bênçãos, e por meio dele derrama em nossos corações o dom que contém todos os dons: o Espírito Santo.

Abençoar é uma ação divina que dá a vida e da qual o Pai é a fonte. Sua bênção é, ao mesmo tempo, palavra e dom. No latim é benedictio, e no grego é euloguia. Aplicado à vida do ser humano, esse termo significa a adoração e a entrega a seu criador, na ação de graças. Bendizer é prestar um elogio.

Para finalizar, é bom interiorizarmos que a bênção é uma graça que atinge a vida e seu mistério, e é um dom que envolve gestos e palavras. Enquanto a prece da bênção afirma a generosidade divina, a ação de graças, que se move pela fé, já a viu manifestar-se.


Que Deus te abençoe e te guarde!
Ele te mostre a sua face e se compadeça de ti!
O Senhor volte para ti o seu olhar e te dê a sua paz!