quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Série: Liturgia


Homilia: um serviço à comunidade por meio da Liturgia da Palavra (I)

Caríssimos irmãos e irmãs continuando a síntese da nossa dissertação de mestrado, passo ao conhecimento de vocês alguns pontos importantes sobre homilética.
A Homilética está classificada como ciência litúrgica, ou seja, conhecimento e ensino da celebração litúrgica, com a sua teologia, a sua história, a sua pastoral – daquilo que é o ato mistérico da celebração.
A Homilia em si é o ato mistagógico da ciência litúrgica, pois, a mistagogia nos leva a uma conversão da interioridade, uma adesão existencial à pessoa de Jesus Cristo e não apenas intelectual ou moral. E esta adesão nos leva a uma atitude ética, um modo de vida de acordo com o evangelho de Jesus Cristo, ajudando os fiéis presentes a entrar no mistério da celebração eucarística. Por isso toda homilia também reflete no “Mistério Pascal” de Nosso Senhor.
A palavra “homilia” vem do grego (homileîn), que adotamos em nosso linguajar. Homileîn significa, basicamente, uma conversa familiar e espontânea, tecendo comentários em torno de alguma boa notícia que recebemos uma explicação da Palavra de Deus. Comenta-se a notícia, inclusive ressaltando o sentido e importância da mesma para a vida, bem como para a nossa postura frente à vida.
Na homilia, em que se reflete a Palavra ouvida, é também o Senhor que na voz do homiliasta nos explica as Escrituras (cf. Lc 24,27).
A homilia deve transpirar espiritualidade e mística, suscitando uma espontânea resposta da comunidade, em forma de profissão de fé, súplica, ação de graças, participação sacramental e compromisso cristão (creio, oração dos fiéis, Oração Eucarística e Louvação, Comunhão, Vivência da caridade...).
A Homilia não é Aula de: Religião, Teologia Sistemática ou Moral, Exegese, Formação Litúrgica, Pedagogia, Psicologia, Política ou Psicanálise. A homilia deve possuir em toda a sua essência um caráter: Memorial, Pascal, Narrativo, Orante, Trinitário, Profético e Celebrativo.
A homilia, por via de regra, é proferida pelo presidente da celebração, por outro sacerdote concelebrante e pelo diácono; nunca, porém, a um leigo (Cf. IGMR nº 66ª). Na Celebração da Palavra de Deus, após a proclamação do Santo Evangelho, o ministro leigo faz a explicação ou a partilha comunitária da Palavra, por sua vez, esta deve ser feita pelo presidente da celebração. O leigo pode ler a homilia escrita pelo bispo ou pelo pároco.
No próximo artigo, daremos algumas sugestões pedagógicas para uma boa homilia. Um abraço, Pe. Fróes.

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