quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Se preparando para o ADVENTO!!!!!


Celebrando nosso advento
Por: Pe. Marcelo Fróes (Liturgista)

Só para recordarmos, o ano litúrgico é constituído de dois grandes ciclos: do Natal e o Pascal. Dentro destes ciclos temos os tempos litúrgicos. No Ciclo do Natal: Advento, Natal e Primeira Parte do Tempo Comum. No Ciclo Pascal: Quaresma, Páscoa e a Segunda Parte do Tempo Comum. É importante compreendermos também que no desenvolvimento do ano litúrgico percorremos o ciclo dos Anos A, B, C. Com este advento adentramos ao Ciclo do Ano C, onde se dá ênfase aos textos escritos pelo evangelista São Lucas.
Advento “Do Latim ADVENTUS. Antes de ser usada no cristianismo, significava duas coisas: 1) acreditava-se que a divindade vinha a seu templo uma vez por ano, num dia fixo, para visitar seus fiéis durante o culto e trazer-lhes salvação. Este dia era chamado adventus, “o dia da vinda”. Muitos templo só abriam suas portas naquele dia. 2) também a primeira visita oficial de uma pessoa importante para tomar posse e assumir o governo importante, era chamada de adventus.”
ADVENTO: Preparação para a vinda do Salvador Durante quatro semanas nos preparamos para a vinda do Salvador, para o dia da visita de Deus. Abrimos as portas do Templo do nosso coração para que Jesus possa tomar posse e habitar em nós. Jesus veio para assumir o governo do Reino de Deus.

Personagens de Destaque no Advento Dentro da pedagogia da Liturgia da Palavra do tempo do Advento, temos alguns personagens que nos ajudam a preparar a vinda do Salvador. São eles: ISAIAS, JOÃO BATISTA, MARIA.

Isaias vai denunciar as realidades injustas. Vai insistir no direito e na justiça, na defesa daqueles que eram excluídos da sociedade. Motiva o povo a não se envolver nas grandes brigas entre as potências da época, ou seja, a Síria e a Assíria.
João Batista é a voz que grita no deserto. Anuncia a vinda do Salvador e também prepara o caminho para que as pessoas possam acolher o Cordeiro de Deus. Mostra sobretudo a necessidade da conversão interna e externa.

Terceiro personagem é Maria. Ela nos ajuda a entender o tempo do Advento como uma “gestação”. Vamos gerando em nós a expectativa para acolher o Salvador, o Filho de Deus, que assume a condição humana. “Como qualquer mulher que está esperando um filho, também nós, a Igreja-Comunidade, não vemos a hora de o filho nascer e se manifestar no mundo” .
Vivendo a Espiritualidade do Tempo ao vivermos o tempo do Advento, a Igreja recomenda que devemos adentrar a espiritualidade para melhor compreendermos o significado daquilo que celebramos.
PARA TAL SEGUIMOS ALGUMAS ORIENTAÇÕES: OS INSTRUMENTOS MUSICAIS DEVEM SER UTILIZADOS COM MODERAÇÃO (sem bateria, só voz e violão ou teclado), bem como a ornamentação com flores do espaço celebrativo (procura ornamentar com plantas naturais), no terceiro Domingo pode-se utilizar o cor-de-rosa (Domingo Gaudete), podemos fazer uso da coroa do advento com flores naturais (e não de plástico), até o dia 16 de dezembro não são permitidas missas para diversas circunstâncias, votivas ou cotidianas pelos defuntos, a não ser que a utilidade pastoral o exija. As missas das memórias dos Santos podem ser celebradas. Valorizar a Campanha de Evangelização, utilizar respostas para as preces que expressem o desejo e a expectativa: “Vem, Senhor Jesus”. Utilizar a cor violácea (roxa). Não se canta o GLÓRIA. AS PALMAS E ANIMAÇÃO RITUAL FICAM PARA AS FESTAS NATALINAS.
A coroa do Advento Já faz parte do contexto celebrativo do Advento, a “Coroa do Advento”, que convida-nos a permanecer acordados, com nossas lâmpadas acesas, numa atitude crescente de vigilância, espera ativa e abertura ao Senhor que sempre vem. A cada Domingo, acende-se uma vela, retomando-se o costume judaico de celebrar a chegada da luz abrangendo toda a humanidade espalhada pelos quatro pontos cardeais.
Concluindo: ao celebrarmos o Advento, lembremo-nos que vivemos uma grande expectativa, seja ela de memória pela primeira e humilde vinda do Senhor em nossa carne mortal, seja de súplica em vista da última e gloriosa vinda de Cristo. Que ao experimentarmos este tempo, desejemos cada vez mais fazer das celebrações um reflexo daquilo que celebraremos na eternidade.
 Na Liturgia da Palavra - ANO C – Evangelista São Lucas (O teólogo da ALEGRIA):
1º domingo (Lc 21,25-28.34-36) - Vigilância para a vinda do Filho do Homem;
2º domingo ( Lc 3,1-6) - João Batista, o grande profeta - Sua vocação;
3º domingo (Lc 3,10-18) - João Batista prega em atos - O que é a conversão para todos;
4º domingo (Lc 1,39-45) - Maria visita Isabel - Nelas se encontram o Precursor e o Messias;
Um Santo Advento para todos!!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Série: Liturgia


Homilia: um serviço à comunidade por meio da Liturgia da Palavra (I)

Caríssimos irmãos e irmãs continuando a síntese da nossa dissertação de mestrado, passo ao conhecimento de vocês alguns pontos importantes sobre homilética.
A Homilética está classificada como ciência litúrgica, ou seja, conhecimento e ensino da celebração litúrgica, com a sua teologia, a sua história, a sua pastoral – daquilo que é o ato mistérico da celebração.
A Homilia em si é o ato mistagógico da ciência litúrgica, pois, a mistagogia nos leva a uma conversão da interioridade, uma adesão existencial à pessoa de Jesus Cristo e não apenas intelectual ou moral. E esta adesão nos leva a uma atitude ética, um modo de vida de acordo com o evangelho de Jesus Cristo, ajudando os fiéis presentes a entrar no mistério da celebração eucarística. Por isso toda homilia também reflete no “Mistério Pascal” de Nosso Senhor.
A palavra “homilia” vem do grego (homileîn), que adotamos em nosso linguajar. Homileîn significa, basicamente, uma conversa familiar e espontânea, tecendo comentários em torno de alguma boa notícia que recebemos uma explicação da Palavra de Deus. Comenta-se a notícia, inclusive ressaltando o sentido e importância da mesma para a vida, bem como para a nossa postura frente à vida.
Na homilia, em que se reflete a Palavra ouvida, é também o Senhor que na voz do homiliasta nos explica as Escrituras (cf. Lc 24,27).
A homilia deve transpirar espiritualidade e mística, suscitando uma espontânea resposta da comunidade, em forma de profissão de fé, súplica, ação de graças, participação sacramental e compromisso cristão (creio, oração dos fiéis, Oração Eucarística e Louvação, Comunhão, Vivência da caridade...).
A Homilia não é Aula de: Religião, Teologia Sistemática ou Moral, Exegese, Formação Litúrgica, Pedagogia, Psicologia, Política ou Psicanálise. A homilia deve possuir em toda a sua essência um caráter: Memorial, Pascal, Narrativo, Orante, Trinitário, Profético e Celebrativo.
A homilia, por via de regra, é proferida pelo presidente da celebração, por outro sacerdote concelebrante e pelo diácono; nunca, porém, a um leigo (Cf. IGMR nº 66ª). Na Celebração da Palavra de Deus, após a proclamação do Santo Evangelho, o ministro leigo faz a explicação ou a partilha comunitária da Palavra, por sua vez, esta deve ser feita pelo presidente da celebração. O leigo pode ler a homilia escrita pelo bispo ou pelo pároco.
No próximo artigo, daremos algumas sugestões pedagógicas para uma boa homilia. Um abraço, Pe. Fróes.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Série: Direção Espiritual


Pergunta 1: Pe. Fróes, no filme Paixão de Cristo, o Diabo aparece transvestido de uma pessoa humana, na atual conjuntura isso pode acontecer? (C.A de São Gonçalo/ RJ)

Querida, C. o que podemos afirmar é que o diabo existe; o diz a Bíblia de várias maneiras. Desde quanto tempo ele exista não se pode dizer com precisão, pode-se dizer, todavia que existe antes do homem. Este ser malvado originariamente era uma santa criatura celestial, um anjo de luz, mas depois por causa da sua soberba se corrompeu e se tornou aquilo que é agora e com ele arrastou também anjos que são chamados "os seus anjos"ou demônios (cf. Ap. 12,7).
No livro do profeta Isaías há as seguintes palavras que se supõe se referem à origem do diabo: "Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo’ (cf. Is. 14,12-14). Também no profeta Ezequiel há palavras que se supõe se referem ao mesmo acontecimento: "Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras os teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti" (cf. Ez. 28,11-15).
O diabo é chamado de várias maneiras, 'Satanás' que significa 'Adversário', a Antiga Serpente, o Acusador dos irmãos, o inimigo, o maligno, o tentador, o príncipe das potestades do ar, Belzebu que significa 'deus das moscas', 'príncipe dos demónios'. Como se pode ver, os seus nomes e sobrenomes confirmam que é um ser extremamente malvado e insidioso.
Entre as coisas malvadas que ele faz estão estas; mata, porque é homicida desde o princípio (cf. Jo 8,44) e de fato foi sob o seu impulso que Caim matou seu irmão Abel; diz mentiras porque é mentiroso e pai da mentira (cf. Jo 8,44); tenta, de fato tentou Jesus Cristo para que caísse em pecado sem, porém conseguir (cf. Mt. 4,1-11) e tenta cada um de nós para que façamos o mal (cf. 1 Pd. 5,8); tira a Palavra de Deus do coração dos homens que a ouvem para que não sejam salvos (cf. Mt. 13,19; Lucas 8,12); acusa os filhos de Deus (cf. Ap. 12,10); impede por vezes que irmãos se encontrem (cf. 1 Ts. 2,18); e por vezes com a permissão de Deus fere com a doença os crentes (cf. Jó 2,7).
Em virtude do sangue de Jesus Cristo derramado por ele sobre a cruz e em virtude da palavra do nosso testemunho também nós, como discípulos de Cristo, vencemos o diabo (cf. Ap. 12,11; 1 João. 2,14). Nós, pois, não o temamos. Quando nos ataca o enfrentemos com coragem, mas não com armas carnais, mas com as armas de Deus, com a segurança que conseguiremos através delas não cair vítimas de alguma das suas maquinações urdidas por ele contra nós filhos de Deus (cf. Ef. 6,10-18).
O diabo, embora tenha sido vencido por Cristo, está ainda livre de agir sobre a terra, o tempo em que ele será punido como merece ainda não chegou.
Quando pensamos no diabo na forma humana, vemos as maquinações diabólicas que os próprios homens arquitetam em torno de si e do seu próximo. É a violência causada pelos inúmeros seqüestros, assassinatos, carnificinas, drogas, prostituição, etc, tudo isso é uma forma humana do “diabo” se apresentar. Portanto, sejamos vigilantes.
A Jesus Cristo, vencedor sobre o diabo e destruidor de todas as suas obras, seja a glória agora e eternamente. Amém.

Série: Espiritualidade do Leigo

A Vida é uma Missão!

Certa vez um jovem chinês que morava nas montanhas foi para o norte guerrear por seu povo. Encontrou em seu caminho um velho sábio, que lhe perguntou: “Para onde vai meu jovem?” O jovem lhe respondeu: “Vou para a batalho do norte e vencer por meu povo”. O velho disse: “Como sabes que vais vencer?” O jovem respondeu: “Porque sou jovem, forte, rápido, saudável e me preparei durante muitos anos para esta batalha”. O velho lhe disse: “Você não vencerá!”. Retrucou o jovem: “Como sabes?” Respondeu o velho: “Você saberá em breve...” Você, amado, saberá ao final deste artigo!
A única esperança de glória que podemos ter é Cristo vivendo em nós, um dos nossos problemas é querer fazer a obra de Deus como subterfúgio para demonstração de nossas habilidades próprias, isso nunca vai dar certo. Cristo é para nós a esperança da glória (cf. Cl 1,27). Algo que precisa ficar inculcado em nós é o entendimento de que somos escravos de orelhas furadas conscientes de que o nosso Senhor é bom e somos todos dele, mas, o servimos de livre e espontânea vontade,porque ele respeita a nossa liberdade, mas é ele que deveria toma as rédeas da nossa vida.

“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga.” (cf. Lucas 9,23.)

Ir após Jesus implica em abnegação, Kenosis. Dizer não a nós mesmos é fruto de amadurecimento. Desde que nascemos somos ensinados a querer o controle, o lucro a direção de tudo. Queremos conquistar, alcançar, ter. Em certos aspectos temos sim que ser aguerridos, determinados para vencer batalhas derrubar gigantes... Porém nossa essência central deve ser um alma humilde rendida ao Espírito Santo, à vontade do Mestre não a nossa.
Jesus disse a respeito de João Batista, ele é o maior nascido de mulher (cf. Mt 11,11). Quem não deseja ter um currículo desse? Recomendado pelo Rei dos reis? O grande e eterno Jesus Cristo. Porém esse João fora o mesmo que disse:
“O qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correia das sandálias.” (cf. João1,27.)
João não disse essa linda frase para impressionar ninguém, ele disse por que realmente não era digno de desatar a sandálias de Jesus, por isso foi exaltado pelo mestre, lembra da velha e atual regra? Aquele que se humilhar será exaltado (cf. Lc. 14,11), não aquele que for humilhado, e sim àquele que se humilhar. João foi forjado no deserto vivendo na escassez, se alimentando de gafanhotos e mel silvestre, uma admirável vida, exemplo prático do que é honrar a Cristo. Homem que viveu verdadeiramente com seu rosto ao chão, ante ao brilho inconfundível da luz de Deus.
Muitos de nós começamos com a motivação certa, desejando fazer para Deus, porém nos perdemos quando achamos que sabemos o caminho. Afinal nos preparamos, estudamos, vivenciamos, e agora podemos fazer. Jamais poderemos fazer alguma coisa para Deus, sempre ele fará por meio de nós. Nossa posição deve ser a de diminuir sempre para que Ele cresça em nós. Enquanto não entendermos isso, não passaremos de um isqueiro sem gás, tendo quase tudo para gerar fogo, faltando, entretanto, o principal que é o combustível, grande responsável pela combustão. Cristo é o gás, o combustível, ou seja, tudo de bom que há em nós. Quer saber porque o jovem chinês não venceu a batalha?
...Dias depois o jovem chinês voltou triste seu caminho e se deparou novamente com o velho sábio e disse: “Velho sábio, não venci a batalha”. O velho respondeu: “Realmente meu jovem você foi para o norte, porém a batalha era no sul, você tinha tudo para vencer, porém fora na direção errada”.
Muitos de nós somos como o jovem chinês: temos tudo para vencer, porém estamos caminhando na direção errada. Se não entregarmos a direção de nossa vida a Deus, correremos o sério risco de chegar a lugar nenhum, somente Ele, o grande Eu Sou (cf. Ex 3,14), pode nos conduzir na direção correta, realizando em nós e através de nós admiráveis obras; Como fizera na vida de João Batista.
Não se esqueça, nossa posição deve ser sempre a de dizer: importa que ele cresça e eu diminua (cf. Jo 3,30). Um abraço. Pe. Fróes.

terça-feira, 11 de agosto de 2009


Os fiéis que acabam sendo infiéis

Irmãos e irmãs, essa semana, gostaria que vocês observassem os fiéis que participam das celebrações. Qual perfil eu me identifico? Tomara Deus que não seja com nenhum!

  • Fiel devoto da Santa Porta: É aquele(a) que vem para a celebração Litúrgica e não passa da porta de entrada da Igreja. É tão devoto da porta, que fica ali, escorado com um olho na rua e outro na celebração.
  • O Fiel que esquece a boca em casa: Quando vai a Igreja não diz uma palavra, não canta, não reza, a única coisa que faz é simplesmente olhar. Parece que o queixo está travado, ou tem medo de abrir a boca para a dentadura não cair.
  • O Fiel sem disconfiômetro: é aquele que toca o celular e ele ainda sai falando: “alô, alô, ainda estou na Igreja, espere mais um pouco...
  • O Fiel do olhar disfarçado: é aquele que vai a Igreja para averiguar os trajes dos outros, olha para todos e tudo, menos para o padre...
  • O Fiel entrevado: é aquele que chega à Igreja e senta-se no primeiro assento que encontrar, começa e termina a missa e ele continua sentado, não levanta para nada, só para ir embora...
  • O Fiel fashion: é aquele que está sempre na última moda, na crista da onda. Vai para a Igreja como se fossa para um desfile de modas, um baile ou algo do gênero. É tanto brilho e apetrechos que neutraliza o clima por onde passa, a celebração fica ofuscada e o que sobressai é a extravagância modística....
  • O Fiel disperso: é aquele que vai para a Igreja e não se concentra, o tempo todo olha para trás, conversa paralelamente, acha graça de tudo. O seu corpo está presente na celebração, mas a sua mente está bem distante, está em outro mundo. Volta e meia, faz uma gracinha atrapalhando a harmonia da celebração e dispersando a assembléia...
  • O Fiel atrasado: é aquele que tem mania de chegar sempre atrasado nas celebrações litúrgicas. Quando se aproxima da Igreja, apressa os passos para dar impressão que se atrasou por motivo justo.
  • O Fiel estressado: é aquele que chega à Igreja com a cara amarrada, mal humorado, totalmente impaciente. Sempre respira profundamente como se tudo estivesse errado. Não responde a saudação elegante e pertinente da Equipe de Acolhida, passa direto ignorando-a. Quando alguém lhe dirige a palavra a sua resposta é sempre monossílaba, e não poucas vezes grosseiramente.
  • O Fiel apressado: é aquele que sai da Igreja antes da celebração terminar. Fica impaciente durante a Missa, olha o relógio para ver as horas incansavelmente, acha que está demorando muito. Logo após a comunhão, antes da bênção final, sai em disparada sem esperar a conclusão da celebração.

Caríssimos esse artigo, não é um debocho e nem uma piada, mais uma realidade que encontramos em nossas celebrações e que precisa ser mudada. A missa é uma celebração de participação e comunhão. Se eu não vivo esta comunhão eu estou fora do dinamismo trinitário.
Celebrar a Liturgia hoje significa fazer pelo Espírito a experiência comunitária da presença viva da Liturgia Divina (Mistério Pascal) na celebração litúrgica.

Um abraço. Pe. Fróes

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pentecostes - Vida e Fé!


“Vinde Espírito Santo!”

Em continuidade com a reflexão da Ascensão do Senhor, na ótica do envio missionário e evangelizador, a solenidade de Pentecostes destaca a essencialidade da presença do Espírito Santo na vida do evangelizador. O Evangelizador não pode ser um simples “falador” do Evangelho, precisa ser discípulo, alguém que fala e age no Espírito Santo de Deus.
Em sentido geral, evangelizador é todo batizado que vive o Evangelho e dele dá testemunho com a vida e, mais estritamente, aquele que se empenha em alguma atividade apostólica ou pastoral.
Que o Divino Espírito Santo venha sobre nós, transforme os nossos corações num coração renovado e cheio de boas atitudes e faça em nós, novas todas as coisas. Amém.
Um abraço. Pe. Fróes.

Quando vou proclamar a leitura, pra quem eu faço reverência: Padre ou Altar?

Amados, percebo em algumas celebrações, que no momento da proclamação das leituras na missa, os leitores costumam fazer reverência para o padre, porém, quando subimos ao presbitério para o ministério de leitor, devo reverenciar em primeiro lugar a mesa do sacrifício: o Altar que é o centro, o coração da Igreja. Até o padre quando sobe ao presbitério a reverência dele ao altar é peculiar, ele o beija em sinal de respeito, carinho e atenção.

O altar, sinal de Cristo, é o centro do edifício da Igreja. A centralidade do altar no conjunto do espaço litúrgico não é teologicamente uma conclusão, mas o ponto de partida. A centralidade do altar com relação ao edifício de culto reflete a centralidade de Cristo com relação à assembléia litúrgica, ao mundo e à história.

O altar da igreja e o altar do coração guardam juntos uma íntima relação. Aquele é o coração do santuário; este é a realidade mais profunda da pessoa, seu santuário interior. O altar da igreja e o altar do coração se complementam mutuamente, e, de um modo misterioso, compõem um só. O altar verdadeiro e perfeito onde se oferece o sacrifício de Cristo é a unidade viva de ambos, porque a vida cristã é uma espécie de alteridade celebrativa e uma convivência existencial que engloba toda a vida do batizado. Sobre esse altar vivo, que é seu coração, os cristãos oferecem «sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo». Oferecem seus «corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus» (IGMR, nº. 306).

O altar é para ser visto e contemplado, como memorial dos mistérios que aí se celebram. Quanto ao uso de arranjos e flores, a Igreja pede que se observe a “moderação”. “No Tempo do Advento se ornamente o altar com flores com moderação tal que convenha à índole desse tempo, sem contudo antecipar aquela plena alegria do Natal do Senhor. No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém, o domingo ‘Laetare’ (IV Domingo da Quaresma), solenidades e festas”.

Em geral, “a ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor o ornamento sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele” (IGMR, n. 305). Na verdade, se Cristo é o altar verdadeiro e o altar representa Cristo em sua entrega por nós, é lógico que o mesmo nem precisa de enfeite. Ele já é belo por si mesmo. Por isso, a Igreja recomenda moderação, inclusive sugerindo que, “ao invés de se dispor o ornamento sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele”. Devemos fazer tudo para que o altar realmente apareça na sua inteireza.

Em nosso próximo artigo, vamos falar um pouco sobre a “Genuflexão”, o que é isso? É um gesto litúrgico?

A todos um grande abraço

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Precisamos divulgar nosso Blogger...


Amados e Amadas...


Muitos tem comentado comigo sobre o blogger. Alguns acham ótimo, outros maravilhosos, outros muito teórico, outros sem curiosidade, estamos fazendo o possível para agradar a todos.


Precisamos de sugestões. Quando nos visitar, deixe o seu recadinho para nós. Vai ser muito bom para nós!!!

Não esqueça de deixar seu nome no espaço para os visitadores.


Um beijão no seu coração


Pe. Fróes

As Viagens de Egéria


Queridos grande é a curiosidade das pessoas em relação à Egéria.

que bom!!!!

Foi um dos cursos, mais proveitoso que já fiz.

Quem sabe, podemos organizar um curso desse aqui em nossa comunidade. É muito legal!!!

Agora vai um pouco mais de Egéria para vocês!



Egeria, conhecida também como Echeria, Eteria, Aetheria e Etheria, foi a autora dum livro de viagens no século IV. Tudo parece indicar que nasceu na Gallaecia, "nas ribeiras mais afastadas do oceano ocidental", segundo documentos do século VII, embora (ao se perder a primeira parte da sua obra) haja autores que situem o seu nascimento na Aquitânia.

Alguns autores consideraram-na parente de Aelia Flacilla, primeira mulher de Teodósio o Grande. A. Lambert avançou uma hipótese segundo a qual tratar-se-ia da irmã de Gala, de quem se refere São Jerome como esposa de Prisciliano. Esta hipótese e sua qualidade de mulher independente e audaz, bem como sua origem galaica, serviram como base a alguns autores para a adscrever ao movimento priscilianista.
Escreveu um livro da viagem que realizou ao Oriente Próximo de 381 a 384 (datas aceitadas mais comumente), que lhe outorga a consideração de primeira escritora hispânica em língua latina. Atravessou o Sul da Gália e o Norte da Itália; cruzou em barco o mar Adriático. Chegou a Constantinopla em 381, e daí partiu para Jerusalém, visitando Jericó, Nazareth e Cafarnaum. Partiu de Jerusalém para o Egito em 382, visitou Alexandria, Tebas, o mar Vermelho e o Sinai. Visitou logo Antioquia, Edessa, Mesopotâmia, o rio Eufrates e Síria desde onde regressou via Constantinopla. Não há registro da data, o lugar e as circunstâncias da sua morte.
Acredita-se que fez parte de uma comunidade religiosa da qual até chegou a ser abadessa, apesar de outros autores (como Hagith Sivan, 1988) precisar que era comum, entre os cristãos dessa época, tratarem-se de "Irmãs" e "Irmãos". De fato, existem indícios que levam a sugerir que não era uma monja, como por exemplo: sua liberdade para fazer uma peregrinação tão longa e para trocar seus planos durante a viagem, o alto custo da sua peregrinagem, seu nível educacional, e na sua obra se centrar nas vistas e lugares e não nos milagres e fatos religiosos como outros documentos que se conservam de monges daquela época.
Procedente de uma família acomodada, gozou de plena autonomia para tomar suas próprias decisões. Dentro do grupo -nutrido para a época- de mulheres que no século IV realizavam peregrinações a Terra Santa, Egeria destacou-se por escrever um minucioso relato no qual descreve o itinerário e suas impressões.
No seu manuscrito mostra-se como uma viajante cheia de insaciável curiosidade, enche-se de comentários entusiastas sobre as esplêndidas paisagens, os edifícios famosos, os montes íngremes e os férteis vales. Por exemplo, por ocasião da ascensão do monte Sinai, comenta "a ascensão destes montes faz-se com um esforço imenso, já que não se sobem pouco a pouco, em espiral, senão que se sobe tudo direito, como ao longo de uma parede!"
A obra, conhecida como Itinerarium Egeriae, chegou até nós incompleta -falta a primeira parte, com o título e a última- e foi escrita em Constantinopla. Considerada uma obra chave para conhecer o latim vulgar que se falava na época e que, aliás, oferece uma valiosíssima informação sobre a sociedade e a liturgia do momento, o Itinerarium ou Peregrinatio ad loca sancta contém a viagem a Constantinopla e Jerusalém, à Capadócia e à Tebaida no Alto Egito, ao mar Vermelho e ao Sinai. Os monges dos lugares que visitou receberam-na como uma celebridade da época e as autoridades expediam salvo-condutos para salvaguardar a sua segurança.
O Itinerarium foi publicado pelo próprio autor do achado em 1887. Os relatos foram escritos, possivelmente, entre 393 e 396, do qual se deduz a importância documental do testemunho naqueles anos do primeiro cristianismo, já que a obra é muito prolífica na explicação de pormenores relacionados com a liturgia.



Deve-se aplaudir a palavra proclamada?


O que você acha? Eu tenho certeza!
Vejamos...
A liturgia eucarística vem sempre precedida de uma liturgia da palavra. Por quê? Qual a razão profunda deste fato e como devemos entender e vivenciar espiritualmente a relação entre estas duas partes da celebração eucarística, a missa? Quais são as conseqüências disso para nossa prática pastoral?
Em algumas comunidades, os seus respectivos pastores, interferem na persuasão da proclamação da palavra, dizem ser bobagem ficar aplaudindo a palavra quando a mesma foi proclamada. Será que a palavra não tem significado persuasivo para a liturgia, para a celebração ou para a eucaristia?
Vamos analisar os dois contextos celebrativos da missa: MESA DA PALAVRA x MESA EUCARISTICA.
A liturgia da Palavra não é um simples preâmbulo ou ‘ante-missa’ como era considerada antes do Concílio Vaticano II. É parte integrante. Fala-se de ‘duas mesas’ onde é distribuído o pão da vida: a mesa da palavra e a mesa do corpo de Cristo: “Espiritualmente alimentada nestas duas mesas, a Igreja, em uma, instrui-se mais, e na outra se santifica mais plenamente; pois na palavra de Deus se anuncia a aliança divina, e na Eucaristia se renova esta mesma aliança nova e eterna. Numa, recorda-se a história da salvação com palavras; na outra, a mesma história se expressa por meio dos sinais sacramentais da Liturgia”[1]
Ora, Sagrada Escritura (principalmente o evangeliário), recebe a mesma veneração que o mistério eucarístico (entrada solene, incensação, beijo do evangeliário, atenção dada à proclamação, aclamação com plamas, etc). Tanto a palavra de Deus quanto o mistério eucarístico são considerados, pela tradição, o corpo de Cristo (Cf. IELM 10). Vejamos dois textos significativos, um de são Jerônimo, outro de Cesário de Arles[2]:
“Eu penso que o Corpo de Cristo é o evangelho e que seus ensinamentos são as sagradas escrituras. Quando, pois, Jesus diz: ‘Quem não come minha carne e não bebe o meu sangue, não tem a vida,’, podemos certamente entender que ele está falando da eucaristia. Mas é certo igualmente que o Corpo de Cristo e seu sangue são a palavra das escrituras, seu divino ensinamento. Quando participamos da celebração da eucaristia, tomamos cuidado para que nenhuma migalha se perca. Quando ouvimos a palavra de Deus, quando a palavra de Deus é dada a nossos ouvidos e nós, então, ficamos pensando em outras coisas, que cuidado tomamos? Alimentamo-nos da carne de Cristo, não somente na eucaristia, mas também na leitura das escrituras.” (São Jerônimo, Comentário sobre o Livro do Eclesiastes)[3].
"Eu lhes pergunto, irmãos e irmãs, digam o que, na opinião de vocês, tem mais valor: a Palavra de Deus ou o Corpo do Cristo? Se quiserem dar a verdadeira resposta, certamente deverão dizer que a palavra de Deus não vale menos que o corpo do Cristo. E por isso, todo o cuidado que tomamos quando nos é dado o corpo do Cristo, para que nenhuma parte escape de nossas mãos e caia por terra, tomemos este mesmo cuidado, para que a palavra de Deus que nos é entregue, não morra em nosso coração enquanto ficamos pensando em outras coisas ou falando de outras coisas; pois aquela pessoa que escuta de maneira negligente a palavra de Deus, não será menos culpada que aquela que, por negligência, permitisse que caia por terra o corpo do Cristo." (Sermo 78,2, Sources Chrétiennes, 330, p. 241).[4]
Então, podemos dizer que a liturgia da palavra e a liturgia eucarística são considerados ‘um só ato de culto’: ”Estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística - que formam um só ato de culto. (SC 56; Cf. IELM 10), é bonita demais a nossa liturgia!
Na missa, a liturgia da palavra é o primeiro elemento: ouvimos a boa nova e as exigências da nova aliança realizada na pessoa de Jesus (leituras bíblicas, homilia). Respondemos com a profissão de fé, assumindo o compromisso de pautar toda a nossa vida na palavra do Senhor, aguardando a plena realização do Reino. E assim a assembléia dos fiéis vai se convertendo cada vez mais em povo da nova aliança (Cf. IELM 45). A liturgia eucarística é o segundo elemento, quando a aliança é renovada, selada, efetivada no memorial da morte-ressurreição de Jesus, com o pão e o vinho que serão repartidos entre todos. Assim o expressa a IELM: “...o anúncio da morte e ressurreição do Senhor e a resposta do povo que escuta se unem inseparavelmente com a própria oblação, pela qual Cristo confirmou com o seu sangue a nova Aliança...(n. 44, citando PO 4). “Na ação litúrgica, a Igreja responde fielmente o mesmo ‘Amém’ que Cristo (...) pronunciou, de uma vez para sempre, ao derramar seu sangue, a fim de selar, com a força de Deus, a nova aliança no Espírito Santo.” (IELM 6). Desta forma, “sempre que a Igreja, congregada pelo Espírito Santo na celebração litúrgica, anuncia e proclama a palavra de Deus com extrema alegria, pois é Deus quem nos fala e a comunidade participante, se reconhece a si mesma como o novo povo, no qual a aliança antigamente travada chega agora à sua plenitude e perfeição.” (IELM 7).
Na liturgia da palavra, todas as leituras bíblicas (assim como todos os acontecimentos de nossa vida pessoal e social) são interpretadas a partir do mistério pascal do Senhor. É que, para nós, cristãos, a história da salvação culmina na pessoa de Jesus Cristo. Por isso, ele é também “o centro e a plenitude de toda a Escritura e de toda a celebração litúrgica” (IELM 5), por isso a palavra precisa ser aclamada, aplaudida, pois é o Pai que se revela no seu filho Jesus pela ação amorosa do Espírito Santo.
Quando nos referimos a Jesus Cristo na liturgia, não estamos lembrando uma pessoa ausente ou um fato do passado apenas; estamos na presença de um vivo: o Ressuscitado. A força e eficácia da liturgia nos vêm desta presença real, atual e atuante de Cristo e de seu Espírito transformador na assembléia litúrgica, tanto na liturgia da palavra, quanto na liturgia eucarística: “Para que possam celebrar vivamente o memorial do Senhor, lembrem-se os fiéis de que a presença de Cristo é uma só, tanto na palavra de Deus, ‘pois quando se lê na Igreja a Sagrada Escritura, é ele quem fala’, como ‘especialmente sob as espécies eucarísticas’ (IELM 46, com citação de SC 7).
No sínodo dos bispos o cardeal Carlo Maria Martini, dizia que: "A Igreja nasce da Palavra de Deus, cujo significado último é o próprio Verbo de Deus e o Verbo encarnado, Jesus Cristo. É a Palavra dos profetas, a Palavra dos apóstolos e, por fim, a Palavra escrita da Bíblia. A Igreja nasce dessa Palavra e, portanto, se renova, se regenera toda vez que retorna a essa Palavra. Em particular, a Palavra da Escritura está nas mãos da Igreja, a fim de que a Igreja recorra a ela amplamente, e a fim de que se renove nesse contato. De fato, a Igreja, continuamente, se renova, bebendo da fonte da Palavra de Deus, assim como se renova nutrindo-se da Eucaristia."
Eu não aplaudo a palavra só porque sou carismático, não existe isso. A Palavra em si é carismática, pois é inspirada e refletida sob a ação do Espírito Santo.
Queridos, concluo dizendo que: A palavra de Deus deve ser motivo de alegria em nossas celebrações, sejam sacramentais ou sacramentos.
Os preceitos de Deus alegram o coração. Eles nos dão alegria. A obediência aos preceitos de Deus produz uma alegria plena em nosso coração. O vazio de nossa vida é preenchido por esta Palavra. Andar em seus caminhos retos nos faz desfrutam de uma vida de alegria com toda nossa disposição. Como um guia que nos educa: a palavra de Deus nos toma pela mão, e nos guia na estrada reta da vida. Leva-nos a desfrutar de uma satisfação moral, de uma paz na consciência, da certeza de ter tido nosso passado perdoado, da confiança de estar no caminho certo no presente, e da esperança de que nosso futuro será glorioso. Isto enche nosso coração de alegria.
Por isso digo que a palavra de Deus deve ser aclamada sempre. É o Pedagogo Deus que nos conduz a verdade.
Viva o Pai, viva o Filho, viva o Espírito que nos inspira e nos ensina. Viva a Trindade Santa. Amém.
Que a alegria do Senhor seja a vossa força!
(Ne 8,10).


Bibliografia:

· BUYST, Ione. A Palavra de Deus na liturgia. 5. ed. São Paulo: Paulinas, 2004. (Col. Rede Celebra, 1).
· Documento Concílio Vaticano II: Sacrossanctum Concilium (Sagrada Liturgia)
· Documento Concílio Vaticano II: Dei Verbum (Palavra de Deus)
· GUIMARÃES, Marcelo Resende. Conversando com os Pais e Mães da Igreja, Petrópolis: Vozes, 1994.
IELM - Introdução geral ao elenco das leituras da missa.
· Documento sobre as Missões: AD Gentes (Para os Povos)
· Instrução Geral do Missal Romano: IGMR





[1] IELM 10; Cf. SC 51; PO 18; AG 6; DV 21; IGMR 8.
[2] Cesário de Arles, ca. 470-543, monge do mosteiro de Lérins (atual França); de 502 a 542, bispo de Arles e um dos maiores pregadores de estilo popular da Igreja latina antiga.
[3] Trad. de Marcelo Resende Guimarães, In: Conversando com os Pais e Mães da Igreja, Petrópolis, Vozes, 1994, pp. 70-71.
[4] BUYST, Ione. A Palavra de Deus na liturgia. 5. ed. São Paulo, Paulinas, 2004. (Col. Rede Celebra, 1), p.19.

Escapulário de Nossa Senhora do Carmo


O escapulário... virou moda?

Amados irmão hoje vemos pendurados nos pescoços inúmeros escapulários. Alguns de prata, outros de ouro, outros ainda de barbante, etc. Alguns mais simples outros mais sofisticados. Até famosos, já inventaram o escapulário da moda: Fernanda’s collection, Hebe Camargo, Luciana Gimenez e assim vai. Mas antes de usarmos como algo parecido como um simples colar, cordão, amuleto, etc é preciso conhecer esse grande e tão antigo instrumento de devoção popular: O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

A ordem dos carmelitas venera com muito carinho o profeta Elias, considerado seu patriarca modelo, e a Virgem Maria, venerada com o título de Bem-Aventurada Virgem do Carmo.

Um livro muito antigo da ordem comenta a visão de Elias mostrando a Virgem dirigindo-se ao Monte Carmelo em forma de uma nuvem que saía da terra. Os monges, no ano 93 da era cristã, construíram no Carmelo uma capela à Virgem. Quando foram expulsos pelos sarracenos no século 13, espalharam-se pelo Ocidente e fundaram vários mosteiros. Divulgou a devoção a Nossa Senhora do Carmo. Uma visão do frade carmelita São Simão Stock mostrava a Virgem Maria cercada de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e afirmando: "Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo".

Nas palavras Nossa Senhora dizia para S. Simão Stock: “‘Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; ‘é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno’”.

Vem daí a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

O Papa Pio XII recomendou essa devoção também a todos os leigos e leigas de devoção mariana que entende o escapulário como uma veste mariana, símbolo da proteção da Mãe de Deus.

Além dessa graça específica da salvação eterna, ligada ao Escapulário, Nossa Senhora concedeu outra, que ficou conhecida como privilégio sabatino. No século seguinte, apareceu Ela ao Papa João XXII, a 3 de março de 1322, comunicando àqueles que usarem seu Escapulário: “Eu, sua Mãe, irei graciosamente ao purgatório no sábado seguinte à sua morte, e os livrarei daquelas terríveis penas, levarei ao monte santo da vida eterna: o CÉU”.

Agora é preciso que as pessoas que tem o grato desejo de usar o escapulário, observem o que se pede: que o mesmo seja bento e imposto por um sacerdote com as orações próprias selecionadas pela Igreja que encontramos no ritual de bênçãos. Não podemos usá-lo de qualquer forma como um colar, cordão, amuleto ou coisa parecida. São oito séculos de devoção e respeito. O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é uma poderosa proteção.

Sempre que você encontrar-se diante de uma situação DIFÍCIL, onde suas forças e seus conhecimentos não são capazes de RESOLVER, não entre em pânico. Peça ajuda a Nossa Senhora do Carmo.

“Mãe de Deus, clamamos a vós!”

Um abraço
Pe. Fróes

domingo, 4 de janeiro de 2009

Você e a Homilia



Nós também podemos nos interagir com a Palavra proclamada?

Como?

Participar de maneira plena, consciente e ativa deste jogo amoroso( Eu x Palavra) de duas paixões na liturgia é um direito e um dever de todos nós cristãos (cf. SC 14). No caso da celebração dominical da Palavra, esta participação tem um momento forte quando o(a) ouvinte da Palavra sente que é o próprio Cristo vivo que fala (se comunica) ao serem lidas as Escrituras. Na missa, mesma coisa. Daí a importância do ministério do leitor e da leitora, cuja função é proclamar a Palavra de tal maneira que todos possam sentir que é o próprio Amado que está falando.
Tal presença é também real quando se comenta a Palavra ouvida na assembléia litúrgica: Cristo está “presente quando se lêem e se comentam as Escrituras”, lembra a Sagrada Congregação para o Culto Divino, na Instrução “Eucharisticum Mysterium” n.º 55. Repetindo: Cristo está presente também quando, durante a celebração, “se comentam as Escrituras”. Tal “comentário” da Palavra ouvida foi chamado de “homilia” pelos antigos cristãos. A palavra é usada ainda hoje. Homilia (a palavra vem do grego) significa uma “conversa familiar” (um comentário quase que informal) em torno de um determinado acontecimento que de alguma maneira nos toca (mexe com a nossa vida).

Um abraço

Pe. Fróes

Curiosidades Litúrgicas



Você sabia que o nosso ano Litúrgico, teve a sua estrutura a partir das Viagens feitas por uma Senhora de nome "Etérias" ou "Egéria", do séc. IV, que de Jerusalém à Terra Santa foi percebendo as celebrações memoriais da Paixão, Morte, Ressurreição do Senhor, assim como o seu Natal e a sua Epifania.

É uma linda viagem e um excelente estudo sobre a estrutura litúrgica do Ano Litúrgico.

Leia o Livro: "As Viagens de Egéria" - Paulus/SP.

Dia dos Santos Reis e Manifestação pública de Jesus

Epifania do Senhor – 4 de Janeiro

Vimos a sua Estrela no Oriente e viemos adorá-lo.

A Epifania mostra que Jesus veio para todos, que a sua salvação não é reservada a um só povo, mas é universal; ele deseja dar-se a conhecer a todos os povos, para que todos possam acolhê-lo como seu salvador.

A Epifania é a celebração da universalidade da mensagem cristã. A Igreja deve ser uma cidade de portas abertas, situada no alto de um monte, a fim de que todos possam vê-la e ir ao seu encontro.

Iniciamos o novo ano invocando as bênçãos divinas e proclamando que Jesus é a grande bênção do Pai para todo o mundo e para todas as pessoas. Existem, agora, duas coisas a fazer nessa nova etapa da vida, simbolicamente marcada pelo início de 2009: entender que viver é peregrinar em busca daquela luz capaz de iluminar plenamente a vida humana e, testemunhar que a fé nessa luz incrementa a qualidade de vida e incentiva a viver a liberdade de um caminheiro que sempre busca o Mistério de Deus.

Que a estrela do Oriente nos leve a contemplar o Senhor Jesus, que é Justo e Santo.

Um abraço

Pe. Fróes