segunda-feira, 5 de março de 2012

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Seminário Nacional de Liturgia – celebrando os
50 anos da Sacrosanctum Concilium

Por: Padre Marcelo Fróes – Liturgista

Em 04 de dezembro de 2013, a Igreja Católica Romana estará comemorando 50 anos da promulgação da Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium (SC), primeiro documento votado e aprovado pelo Concílio Ecumênico Vaticano II,convocado pelo saudoso Papa João XXIII e continuado pelo seu sucessor Paulo VI. O concílio significou uma profunda renovação interna da Igreja e também em sua relação com outras Igrejas cristãs, com as outras religiões e com a sociedade.
E para celebrar tal acontecimento da história foi promovido pela Associação dos Liturgistas do Brasil (ASLI) e pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Rede de Animação Litúrgica (Rede Celebra), Centro de Liturgia, Revista de Liturgia: o Seminário Nacional de Liturgia, em comemoração aos 50 anos de promulgação da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium.
Estiveram presentes cerca de 157 pessoas, entre bispos, presbíteros, leigos e leigas do Brasil e da América Latina. O Seminário teve como temática a Releitura da Sacrosantum Concilium, no Contexto do Concílio Vaticano II e nos Documentos Latino-Americanos. O Seminário de Liturgia aconteceu de 31 de janeiro a 04 de fevereiro.
O Seminário contou com a assessoria principal do professor de Teologia Sacramental na Pontifícia Faculdade Teológica da Universidade de São Anselmo em Roma, e professor de teologia no Instituto de Liturgia Pastoral de Pádua, Andrea Grillo, assim como outros já de nossa convivência, tais como: Pe. Oscar Beozzo, Frei José Ariovaldo, D. Armando Bocciol, D. Edmar Perón entre outros.
O evento tem por objetivo retomar as intuições e a teologia litúrgica na Sacrosanctum Concilium e demais constituições e decretos do Vaticano II e documentos pós-conciliares, no contexto da renovação da liturgia da América Latina e Caribe, à luz de Medellin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, em busca do rosto e do lugar da liturgia na vida e na missão da Igreja como serviço para a vida plena em Cristo e ao acontecimento do Reino de Deus.
De que trata afinal, a SC? O que encontramos nesta constituição? Traz os fundamentos teológicos e orientações para uma profunda renovação e compreensão da liturgia, isto é, da celebração eucarística e dos sacramentos, da celebração da Palavra de Deus, das exéquias, do ofício divino (liturgia das horas), do ano litúrgico, da música litúrgica, do espaço e da arte litúrgica... Não se trata de introduzir novidades, mas de realizar uma “volta às fontes” de nossa fé cristã: a sagrada escritura, a vida litúrgica nos primeiros séculos, os escritos dos Santos Padres. Era necessário retirar a “poeira” e os acréscimos que foram se acumulando durante séculos e que dificultavam o entendimento e a vivência da fé recebida das primeiras comunidades cristãs. Era necessário ainda que a liturgia falasse a língua de cada povo, de cada cultura, e que o povo de Deus recebesse a devida formação litúrgica.
Com seu documento sobre a Liturgia o Concílio Vaticano II quis responder à necessidade de uma reforma da Liturgia romana. Consciente de que não poderia realizar todo o trabalho que tal reforma iria exigir, quis apenas orientar para ele. Antes de dar orientações mais concretas e detalhadas para as diversas celebrações, resolveu estabelecer princípios gerais que deveriam nortear o trabalho da reforma a ser realizada depois do Concílio. Estes princípios gerais são dados no primeiro capítulo da SC; nos demais seguem, orientações para as diferentes celebrações e dimensões da Liturgia, baseados nos princípios estabelecidos.
Achou-se necessário que uma primeira coisa a ser esclarecida seria: Que Liturgia queremos? Depois de ter deixado clara a natureza da Liturgia, seria indicado o seu lugar no conjunto da vida da Igreja e dos fiéis, para concluir que todos os batizados teriam o direito e o dever de participar ativa, consciente e plenamente das ações litúrgicas, o que, no entanto, não seria possível sem formação litúrgica dos leigos e do clero.
Com tudo isso já fica evidente que o Concílio visava não apenas uma reforma externa dos ritos litúrgicos, mas uma nova compreensão da Liturgia, uma nova mentalidade litúrgica, uma renovação também interna, espiritual da Liturgia e da Igreja.
O Seminário nos deixa alguns questionamentos que gostaria de partilhar e refletir juntos: depois de 50 anos de renovação litúrgica conciliar, pergunta: mudou alguma coisa? O objetivo da SC foi atingido? Fomos capazes de assimilar e colocar em prática os princípios da SC? O que conseguimos realizar? O que falta fazer? Qual o próximo passo a ser dado? O que é mais urgente e viável no momento atual?
No próximo artigo continuaremos falando da SC. Um abraço!
Referências:
- Revista de Liturgia: Editorial, nº. 229, Janeiro/Fevereiro, 2012, pág. 3 e 4;
- LUTZ, Gregório, Sacrosanctum Concilium, in.: Revista de Liturgia, nº. 229, Janeiro/Fevereiro, 2012, pág. 19.

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